DESIGN

Jul 31, 2018 | Descobrir

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O trabalho de layout de uma revista representa um processo de mudança permanente que, por um lado, deve ser fiel a determinadas constantes que o leitor possa identificar como suas e, por outro, precisa ser capaz de provocar surpresas em cada número novo.

TEXTO MARÍA RUBIO | MOONBOOK

 

A evolução da revista O mundo da Mapfre tem andado lado a lado com as mudanças tecnológicas que foram realizadas no seu processo de elaboração. No começo, o trabalho era feito com componedores e fotolitos. Hoje em dia, graças à edição automatizada, à Internet e aos arquivos digitais, o desenvolvimento do trabalho de criação, layout, e impressão é muito mais ágil e imediato. As mudanças no layout ao longo desses 25 anos de caminho representam um trajeto muito interessante de ser percorrido. Essas mudanças se tornam claras em seis etapas.

A primeira delas compreende os números 1 a 38 (1993-2002), que tinham o cabeçalho de Mundo Mapfre e formato 210 x 287 mm. A edição número 1 foi publicada em 1993 utilizando, de modo balanceado, fontes de letra serif e sans serif, imagens pequenas, papel couché brilhante, encadernação grampeada e sem acabamentos adicionais. Os textos são extensos e muitas vezes têm como suporte informações apresentadas em forma de tabelas e quadros coloridos. O reticulado em três colunas é empregado no número inteiro.

A segunda etapa, muito breve, compreende os números 39 a 43 (2003-2004), e seu formato foi alargado em um centímetro. No layout, existe uma alteração de design muito marcada, começando pela composição do cabeçalho, a escolha tipográfica (mais moderna, com maior número de letras sans serif), imagens maiores, jogos de letras de tamanho diferente para os titulares, reticulado de trabalho mais ágil, acabamento plastificado, etc.

Essa mudança profunda foi firmada na terceira etapa, nos números 44 a 55, (2004-2007), em que a revista passou a ser denominada O mundo da MAPFRE. O formato foi mantido e, de aí em diante, a mudança no cabeçalho baseada na cor vermelha da companhia, estará sempre presente nas capas da revista. O layout no interior da revista emprega uma paleta de cores pastel que personalizam as seções. A aposta agora é usar fontes de letras exclusivamente tipo serif, e o reticulado tem um ritmo bem distribuído entre textos e imagens. É possível vislumbrar um recurso ainda tímido de ilustração em algumas seções.

Na quarta etapa, dos números 59 a 82 (2008-2013), o formato é ampliado proporcionalmente em termos de largura e altura, e a capa se parece mais a revistas de atualidades, não de empresas, com quadros que preservam sempre o cabeçalho vermelho, mas que alternam entre cores diferentes conforme o número de edição. No layout interno, a identificação cromática das seções é perdida para se unir agora ao cinza e vermelho da companhia. As fontes de letras serif voltam a ser usadas, restringindo-se, porém aos titulares, subtítulos e laterais.

Nos números 83 a 94 (2014-2016), as mudanças em termos de cabeçalho e da parte interna se tornam muito visíveis novamente. O formato passa para 210 x 275 mm, as capas têm agora matizes mais da companhia, a estrutura é simplificada a favor de mais legibilidade, e o poder da imagem fotográfica é acentuado. O reticulado interno é mais livre, e é possível vislumbrar o poder dos dados como ícone visual com grande poder de comunicação. Os destaques com o suporte de gráficos com mais impacto visual são muito mais frequentes. Finalmente temos uma revista com lombada e acabamento brilhante.

Quando o novo layout de O mundo de Mapfre foi consultado no número 95, nós da Moonbook procuramos fazer com que a diferenciação em relação às etapas anteriores fosse muito clara e, ao mesmo tempo, continuasse sendo corporativa e identificando a MAPFRE.

A primeira decisão é a mudança de formato. Decidimos usar um que fosse fácil de usar e manusear (190 255 mm), que correspondesse mais a revistas modernas. Uma das principais apostas foi eliminar a fotografia da capa e optar pela ilustração. Assim, conseguimos nos distanciar das revistas mais comerciais e manter a força cromática do vermelho da companhia no cabeçalho, reorganizando as informações em forma de revistas especializadas.

Esta decisão também foi aplicada na parte interna, onde a fotografia e a ilustração convivem mantendo um equilíbrio comedido com fontes de letras e layout limpo e organizado. A linguagem visual foi simplificada e atualizada; imagens muito elementares e de grande impacto foram compostas com a ajuda de ícones de linha básica, mais próximos ao mundo digital.

A estrutura de cada artigo é claramente diferenciada com um texto de fundo e diversos textos de apoio que complementam a informação ou a destacam, conforme seja necessário segundo o caso. A fonte de letras DIN ajuda muito a realçar os dados em forma de pequenas “cápsulas de informação”, que chamam a atenção do leitor e convidam a reler o texto.

Apostamos por usar as cores da companhia, ou seja, vermelho, cinza, preto e branco, de maneira comedida. Essas cores puras e fortes, apoiadas por paletas de cores mais matizadas são empregadas em fundos, ícones e ilustrações. Dependendo do tipo de informação, a continuidade em cada número é alcançada unificando critérios e estilos de reticulado, tipográficos, iconográficos, cromáticos, tudo isto em uma hierarquia disposta com conveniência, identificada em cada seção graças ao equilíbrio desses parâmetros.

Outro desafio é o representado pelas duas linguagens, a impressa e a digital. Usando ícones apoiados por mensagens breves, ou até mesmo códigos QR, a relação entre as duas versões se torna mais evidente por meio de recursos rápidos e simples que conectam o leitor à versão digital, ampliada por downloads de documentos, visualizações de áudio e vídeo, e muitos outros recursos que a internet nos oferece, e com os quais é possível trabalhar na mídia impressa. A relação gráfica entre ambas as versões está concentrada basicamente no uso das cores e das fontes de letras da companhia, em que a versão na Web mantém a clareza de exposição das notícias já presente na versão impressa de O mundo da Mapfre.

Esperamos que o esforço empregado por toda a equipe que trabalha na revista possa contribuir para posicionar O mundo da Mapfre como uma das referências de revista empresarial no mundo todo, como um meio de comunicação de todos e para todos, com informações variadas e de qualidade, que são sinônimo dos valores ligados à marca MAPFRE.

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