MAPFRE, onde seu tempo faz sentido
Entrevistamos Elena Sanz Isla, diretora geral de Pessoas e Organização e conselheira da MAPFRE, para analisar sua trajetória, os fatores que marcaram a gestão de pessoas na MAPFRE nos últimos 30 anos e para onde estamos indo. A gestão global integrada das pessoas, a universidade corporativa e o grande avanço nas políticas de diversidade e inclusão são os marcos que mais a enchem de orgulho na área que lidera.
Você entrou na MAPFRE em 1994, como parte de um programa de recém-formados que se juntaram ao projeto internacional da MAPFRE, embora sua chegada a recursos humanos tenha ocorrido no ano 2000. Como você se lembra da gestão de pessoas no momento de sua incorporação? Quais eram suas percepções nesses primeiros anos?
Naquela época, os departamentos de recursos humanos já estavam começando a se tornar algo diferente da mera gestão administrativa do quadro de funcionários. Havia países na MAPFRE em que a gestão de pessoas tinha evoluído muito em áreas como treinamento, seleção e bem-estar; e outros em que os departamentos administravam apenas as folhas de pagamento. Desde o primeiro momento em que entrei na MAPFRE, o que chamou minha atenção foi que a cultura do compromisso social da empresa também estava presente na gestão dos funcionários, com uma empresa muito sensível às necessidades dos trabalhadores. E algo muito notável foi a grande importância do treinamento das equipes e o impulso para a promoção interna, uma marca de identidade da MAPFRE que nos permitiu ter talento muito treinado e engajado.
Em que somos agora muito diferentes?
Logicamente, o que existia nos anos 90 não tem nada a ver com o que existe hoje. Para começar, já não somos o departamento de Recursos Humanos, mas o de Pessoas e Organização, porque essa vocação da MAPFRE para as pessoas também tinha que se refletir no nome da função que agora representamos. Tudo é muito diferente, há um grande salto em diversidade, também de acordo com a evolução da sociedade nesse sentido, tanto em termos de igualdade quanto intergeracional, inclusão, cultural… Somos uma empresa muito afortunada, enriquecida com mais de 80 nacionalidades e culturas diferentes, e com cinco gerações de pessoas trabalhando juntas. Antes, embora já tivéssemos iniciado a implementação da internacionalização da empresa na década anterior, basicamente éramos uma organização de espanhóis e, fundamentalmente, de gênero masculino, porque assim estivera configurado o setor segurador durante décadas. Tudo isso foi superado, a empresa construiu um modelo de diversidade sólido e transparente que exportamos a todos os países onde estamos presentes, que são cerca de 40 atualmente, o que, de fato, em alguns mercados menos avançados nesses temas representa um impulso social relevante, quando empresas como a MAPFRE introduzem com naturalidade questões de gênero, igualdade, inclusão… Tudo como um compromisso relevante para a empresa.
Somos uma empresa muito afortunada, enriquecida com mais de 80 nacionalidades e culturas diferentes, e com cinco gerações de pessoas trabalhando juntas.
Desde o primeiro momento em que entrei na mapfre o que chamou minha atenção foi que a cultura do compromisso social da empresa também estava presente na gestão dos funcionários.
Somos a maior seguradora espanhola do mundo, líderes na iberoamérica, motores globais dessa transformação que a indústria seguradora global está realizando.
Se você tivesse que destacar um marco de progresso do qual se orgulha especialmente de sua empresa, qual seria?
Eu destacaria três marcos que apontaram uma mudança na gestão de pessoas na MAPFRE. Um deles é a gestão global integrada das pessoas através de um sistema tecnológico comum no cloud, que permite conectar mais de 80 nacionalidades diferentes com um sistema comum de publicação de vagas, treinamento, gestão do conhecimento, controle de indicadores e gestão organizacional, entre outros. Assim, os funcionários avançam em suas próprias funções e no desenvolvimento, e a empresa pode contar com informações completas sobre o talento e as variáveis organizacionais de todo o mundo em um único ponto. O segundo marco é a universidade corporativa, foco de gestão de treinamento e desenvolvimento na MAPFRE, acessível a todos os funcionários e que permite estabelecer o conhecimento da organização, tornando-se um espaço vivo, atualizado, por meio do qual todos nós podemos ter acesso a conhecimentos atualizados e gerenciar a autoaprendizagem. E o terceiro seria o grande avanço nas políticas de diversidade e inclusão que acabei de mencionar, com um sistema global implementado em todos os países que inclui objetivos, políticas, procedimentos de gestão e sistemas de informação e conscientização. A inclusão de pessoas com deficiência, a gestão de todas as diversidades culturais, o respeito por todas as gerações e a eliminação de todos os tipos de brechas, especialmente de gênero, que não podem ser fechadas por si só. Somos muito enérgicos acelerando o fechamento de qualquer tipo de brecha de desigualdade, com uma estratégia firme e comprometida como a que temos implementado. Na MAPFRE, temos a enorme fortaleza para esta tarefa, em que os compromissos de igualdade são assumidos e defendidos dentro e fora da empresa por Antonio Huertas. É muito importante que os diretores executivos liderem os assuntos que exigem um impulso especial e, neste caso, pela herança de um setor tradicionalmente masculino, tornava-se necessário um líder que acelerasse ao máximo essa transformação que quase temos alcançado. Na empresa há mais mulheres do que homens e o Conselho de Administração é paritário, com 15 membros dos quais 7 somos mulheres. Graças aos programas de igualdade, há cada vez mais mulheres desempenhando cargos executivos e, finalmente, contamos com uma brecha de gênero herdada, insisto, da Espanha do passado, que fecharemos no final do próximo ano. Como assunto adicional, somos uma das poucas empresas que conta com uma estratégia para gerenciar o talento sênior da empresa: o Projeto Ageing.
Onde está e qual é o rumo da gestão de pessoas nas organizações globais como a MAPFRE?
A gestão de pessoas continuará centrada no talento e no progresso da organização em direção a maneiras de trabalhar mais colaborativas e transversais; tudo isso com o apoio de um novo sistema de interação entre os funcionários e a empresa, que aproveite todas as ferramentas colaborativas, as plataformas de conhecimento e a relação entre as diferentes pessoas da organização através do desenvolvimento de projetos transversais. O autodesenvolvimento será outra capacidade que já estamos impulsionando e se tornará chave no compromisso bidirecional entre a empresa e os funcionários, onde cada pessoa pode criar sua própria carreira na empresa partindo de informações amplas, transparentes e completas sobre os objetivos e desafios da empresa presentes e futuros.
Por outro lado, na própria área de Pessoas e Organização continuaremos avançando na gestão de dados, a cada dia mais completos e atualizados, que permitirão identificar com maior agilidade e predição as necessidades de capacidades, gestão do talento e necessidades de desenvolvimento pessoal e profissional dos funcionários. E tudo isso acompanhado pelos programas de bem-estar, bem como os programas de compromisso com a sociedade que têm nossos funcionários como protagonistas. A MAPFRE cuida de seus funcionários da mesma forma que o faz com seus clientes, com outros stakeholders e com a sociedade em geral, e não é por acaso que verbalizemos a nossa razão de ser como “Cuidamos do que é importante para você” e a nossa marca empregadora como “MAPFRE, onde seu tempo faz sentido”.
O pilar social da sustentabilidade continua sendo o mais importante para a mapfre, não apenas por aspectos como empregabilidade, inclusão ou diversidade, mas também por questões como o impulso à educação financeira ou à acessibilidade dos seguros.
A MAPFRE cuida de seus funcionários da mesma forma que o faz com seus clientes, com outros stakeholders e com a sociedade em geral.
Quais são os três maiores desafios que os responsáveis por pessoas enfrentam nas empresas globais?
Os responsáveis por pessoas avançam como as sociedades, crescendo em capacidades graças à tecnologia e a uma gestão cada vez mais eficiente dos dados, que nos permite ser mais preditivos na gestão dos recursos. Mas, apesar dessa realidade, o grande desafio que temos pela frente é basicamente o mesmo de antes: contar com o melhor talento, as melhores capacidades e os mais comprometidos. O desafio é maior a cada dia, devido às maiores demandas do negócio e da sociedade, que exigem que a empresa se adapte com maior rapidez.
O talento é cada vez mais diferencial para as empresas. Além desse objetivo, os responsáveis por pessoas também devem lidar com três conceitos muito importantes: a velocidade da mudança, o compromisso e o desenvolvimento. Os três significam desafios em todos os aspectos da gestão de pessoas. O tempo é cada vez mais importante para todos, e mais em um mundo em constante mudança e competitivo, todos nossos processos devem ser construídos sob parâmetros de flexibilidade e agilidade. O compromisso deve ser uma variável para trabalhar de maneira contínua, não apenas porque as pessoas mais comprometidas são mais produtivas, mas também porque sentem que em sua empresa podem ter acesso a um desenvolvimento pessoal e profissional completo. E o terceiro conceito, muito importante para mim, é o desenvolvimento contínuo e constante de todas as equipes para aumentar sua empregabilidade e que tenham acesso a mais oportunidades.
compartilhamos um mesmo objetivo: que seu talento brilhe em nossa empresa.
Além da gestão de pessoas, você também é presidente do Comitê de Sustentabilidade da empresa. O que você destacaria da estratégia da MAPFRE nessa área?
A MAPFRE sempre foi uma empresa responsável com seu ambiente e com as sociedades em que opera, com todos seus clientes, colaboradores, funcionários, acionistas… Na atualidade, a sustentabilidade deu um passo adiante, porque não é compreensível fazer negócios sem levar em conta as variáveis sociais, ambientais e de governança corporativa com todas as pessoas com as quais interagimos. O pilar social continua sendo o mais importante para a MAPFRE, não apenas por aspectos como empregabilidade, inclusão ou diversidade, mas também por questões como o impulso à educação financeira ou à acessibilidade dos seguros. Estamos trabalhando intensamente no atual Plano de Sustentabilidade para alcançar todos nossos compromissos e estamos fazendo isso cada vez mais a partir de uma ação integral, não apenas no nível global, mas auxiliando na transformação da empresa, para que nossa atividade, o negócio, seja gerada desde o primeiro momento com uma perspectiva sustentável de presente e futuro.
Como conselheira executiva da empresa, você também tem uma visão mais transversal da atividade. Na sua opinião, e depois de quase 30 anos na MAPFRE em diferentes responsabilidades, em que você considera que mais avançou na transformação da empresa, o que nos torna substancialmente diferentes de quando esta revista nasceu e o que conseguimos proteger como essência da empresa?
Acredito que o que nos torna diferentes agora é o mesmo que sempre nos diferenciou: a excelência técnica do negócio que fortalece nossa solvência e rentabilidade, e o enorme compromisso em tudo o que fazemos, a alta qualidade na prestação de serviços e nossa pegada social ajudando as sociedades onde estamos presentes a crescer. Este DNA da MAPFRE, que já na década de 1960 incluía em suas atas que, além da rentabilidade econômica, devíamos incorporar uma rentabilidade social, continua sendo uma das marcas de identidade que soubemos proteger e integrar na enorme transformação que a empresa vem realizando em todas suas estruturas. Esse impulso foi especialmente acelerado na última década e está alinhado à própria evolução da digitalização do planeta. Somos a maior seguradora espanhola do mundo, líderes na Iberoamérica, motores globais dessa transformação que a indústria seguradora global está realizando.
